Oral Curta (5 mim) - Somente GT
1355-1 | Angústia e trabalho em A ética protestante e o “espírito” do capitalismo | Autores: | PISSARDO, C.H.1
1 USP - Universidade de São Paulo |
Resumo: A presente proposta, inserida no contexto de uma pesquisa de doutorado em andamento, visa a perscrutar o modo como Weber, na segunda edição de sua A ética protestante e o “espírito” do capitalismo, recorre a dois conceitos psicanalíticos de grande importância no discurso freudiano da virada do século. Trata-se dos conceitos de angústia e ab-reação (este, um neologismo que aparece pela primeira vez em um artigo de 1893 assinado por Freud e Breuer). Inexistentes nos ensaios de 1904 e 1905 que constituem o que é considerado a primeira edição de A ética protestante, esses conceitos são aditados à edição de 1920 em um momento chave de seu argumento: precisamente quando Weber fundamenta a existência de uma afinidade eletiva entre a condição psíquica do protestante ascético e certo modo de vida metódico adequado às necessidades específicas do capitalismo moderno em sua origem.
Defende-se que esses dois conceitos devem ser compreendidos como parte de uma constelação conceitual maior, da qual faz parte ainda um terceiro elemento: nada menos que o próprio conceito de desencantamento do mundo – também inexistente na primeira edição da obra em tela. Tenciona-se, assim, explicitar alguns elementos da relação por assim dizer subterrânea entre a sociologia weberiana e a psicanálise, relação jamais discutida abertamente por Weber e virtualmente negligenciada pela literatura especializada.
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