Oral Curta (5 mim) - Somente GT
1425-4 | Política, família e afetividade | Autores: | TOMIZAKI, K1, SILVA, M.G.V1, CARVALHO-SILVA, H.H.1
1 USP - Universidade de São Paulo |
Resumo: Há uma tradição consolidada de pesquisas que se dedicaram a compreender como os indivíduos desenvolvem percepções, opiniões e posições sobre o mundo da política. Parte significativa dessa literatura destaca o protagonismo da família no processo de transmissão e assimilação dos comportamentos e opiniões sobre a política, que seria, assim, fortemente influenciado pela dimensão afetiva. Essa constatação é minimizada por outros autores que argumentam que as socializações primárias seriam “colocadas à prova” por renovados processos de socialização, sobretudo na juventude, sem negar, contudo, a importância do papel da família.Portanto, a juventude seria o período no qual valores e práticas assimilados no âmbito familiar seriam confrontados com novas experiências, que podem ser vivenciadas tanto em um plano microssocial (relações interpessoais de amizade, relacionamentos afetivos, vínculos associativos e religiosos), como também pelos desafios macrossociais, materializados em determinadas conjunturas políticas, econômicas e sociais. Esse processo, muitas vezes, pode resultar em situações de tensão e conflito entre velhos e jovens no que diz respeito aos valores e comportamentos admissíveis ou desejáveis, entre eles aqueles que se relacionam com as posições políticas dos indivíduos e grupos familiares. Nessa comunicação, pretendemos discutir o lugar dos afetos na constituição de posições políticas de jovens e velhos de famílias da classe trabalhadora em São Paulo. |