Oral Curta (5 mim) - Somente GT
1465-1 | A disputa pela identidade negra entre as religiões afro-brasileiras e as igrejas pentecostais | Autores: | Ribeiro, M. I. A.1
1 UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro |
Resumo: No final da década de 80 e início da década de 90, ao mesmo tempo em que se afirma a liberdade religiosa, como um direito fundamental na Constituição de 1988, observa-se uma mudança no campo religioso brasileiro marcada pela expansão e penetração em distintas esferas sociais (política, mídia e assistência social) das igrejas evangélicas e pentecostais. A redefinição do campo religioso e suas consequências para os diferentes grupos religiosos nos conduzem às narrativas fundantes da sociedade brasileira: o mito da “democracia racial”; a narrativa da “tolerância religiosa” e a narrativa da modernidade secular que teve configurações próprias no Brasil. Desde os anos 80, os ataques de intolerância religiosa a membros e locais de culto das religiões afro-brasileiras por parte das igrejas pentecostais têm sido amplamente divulgados. Embora as ações de intolerância não sejam um acontecimento recente em relação às religiões afro-brasileiras, ganha no contexto atual características e motivações distintas, sendo caracterizada como uma nova forma de racismo. A identidade negra tem estado no epicentro de uma disputa simbólica entre dois universos religiosos, os afro-brasileiros e pentecostais. Tradicionalmente associada às religiões afro-brasileiras, símbolos da identidade negra têm vindo a ser assimilados e ressignificados pelas igrejas pentecostais por forma a desvincularem estes da sua raíz africana, contribuindo para o enfraquecimento da cultura negra ou do Brasil mestiço. |