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18º Congresso Brasileiro de Sociologia
Resumo: 1489-2

Oral Curta (5 mim) - Somente GT


1489-2

Uma sociologia para os escândalos políticos contemporâneos: A produção de agentes, retóricas e temáticas no ambiente de polarização política

Autores:
Roberto Grun1
1 UFABC - Universidade Federal do ABC, 3 UFABC - Universidade Federal do ABC

Resumo:
A partir do mensalão (2004-5), a sociedade brasileira parece ter mergulhado numa guerra cultural cada vez mais intensa, na qual se imbricam polarização política e cultural. Pretendo, a partir da análise das sequências de escândalos a partir do “mensalão”, e sua comparação com os episódios aparentemente equivalentes no governo FHC e anteriores, demonstrar quer o período de presidentes dos República petistas produziu um novo subespaço do campo do poder, o campo dos escândalos. Quando dizemos “campo”, dizemos autonomia, no sentido da produção de temáticas, retóricas, sensibilidades e por fim, habitus específicos. Ou seja, não só a formação de agentes conformados a partir dos novos constrangimentos como também a produção e tratamento de contenciosos que serão engendrados nesse caldo de cultura. Dessa maneira, o paper explora primeiro a formação do campo, para depois sugerir que a polarização política contemporânea é, antes de tudo, uma polarização cultural, a qual deve ser elucidada na sua sociologia específica, se quisermos ter uma compreensão científica. Não por acaso para a sociologia da cultura, o espaço dos escândalos ganha autonomia quando o governo federal é empalmado pelo “baixo clero” petista e essa administração federal será permanentemente fustigada até sua deslegitimação, completada com o impedimento de Dilma. Como a exploração do sistema simbólico [alto/baixo cleros & o mnemônico “lição de casa”] se afigura essencial no desvelamento da trama, o paper constrói o argumento pari passu à análise dessa classificação erudita que se tornou nativa no Brasil contemporâneo.