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18º Congresso Brasileiro de Sociologia
Resumo: 1502-1

Oral Completa


1502-1

Macro-classes, micro-classes ou estamentos? Princípios e sistemas híbridos de estratificação

Autores:
Rogério Barbosa1,2, Ian Prates1,2
1 CEM - Centro de Estudos da Metrópole, 2 USP - Universidade de São Paulo

Resumo:
A Análise de Classes baseia-se na suposição de que o mercado e a divisão social do trabalho operam como principais princípios de estratificação. Nos esquemas mais utilizados, as formas de contrato, a quantidade/tipo da qualificação e a posse de capital são os eixos estruturadores. No Brasil, porém, a persistência do setor de subsistência rural e a existência de um amplo mercado informal impuseram necessidade de adendos e ajustes – como discutiram Santos (2004) e Ribeiro (2007). Argumentamos que esses reparos ainda são insuficientes. A aplicação dessas classificações pressupõe generalidade de seus princípios teóricos e deixa de lado o exame de sua adequação empírica (cf. Carvalhaes, 2015) e de quais os mecanismos sociais vigentes em cada contexto. Desejamos levar a crítica adiante, argumentando que as relações entre grupos não é apenas multidimensional, mas princípios diferentes de estratificação podem incidir de forma “híbrida”. Ou seja, argumentamos que eventualmente é possível encontrar macro-classes, micro-classes e “quase-estamentos” em regiões distintas da hierarquia social e ocupacional -- algo um pouco mais radical do que os ajustes feitos aos esquemas de classe. Sugerimos ainda que esta perspectiva permite retomar temas outrora centrais da Sociologia da estratificação no Brasil, mas que perderam espaço contemporaneamente.