Oral Completa
1515-1 | Renda e vergonha: dimensões psicossociais da pobreza | Autores: | Priscila Santos1, Ana Collares1
1 UNB - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA |
Resumo: A discussão acerca da pobreza tem sido predominantemente quantitativa e operacionalizada, majoritariamente, através de indicadores estáticos que não captam a natureza processual e simbólica inerente a esse processo. De maneira geral, os estudos sobre pobreza, em especial no Brasil, tem negligenciado a voz daqueles expostos às condições de privação, de modo que as medidas construídas para caracterizar tal público são desenvolvidas a partir de um olhar que ignora a vivência do individuo que é marcado por tal condição.
Assim, buscando superar tal lacuna esse trabalho visa contribuir com a discussão acerca da pobreza sob a ótica do conceito de vergonha e sua operacionalização, em especial a vergonha relacionada à condição de pobreza. O argumento central é que a pobreza impõe aos indivíduos não apenas restrições de ordem financeira, mas custos emocionais, psicológicos e afeta a sua esfera de sociabilidade. As principais questões que norteiam esse artigo são: quais fatores além da renda estão associados ao sentimento de vergonha da renda nos indivíduos? Quais as consequências da vergonha da renda em termos de bem estar?
Para responder tais questões propõe-se uma análise quantitativa dos dados da Pesquisa Dimensões Sociais das Desigualdade, a pesquisa foi realizada pelo Centro de Estudos da Metrópole (CEM – USP) e teve como principal objetivo a elaboração de um conjunto de indicadores que possibilitem a compreensão do processo de desigualdade e de mobilidade social no Brasil.
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