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18º Congresso Brasileiro de Sociologia
Resumo: 1542-1

Oral Completa


1542-1

Segregação ocupacional e desigualdade de raça e gênero no Brasil, 2000-2010

Autores:
SILVEIRA, L. S.2, LEÃO, N.3
2 UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais, 3 IESP/UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Resumo:
A estrutura ocupacional não é preenchida de maneira homogênea segundo alguns atributos sociais. Mulheres, homens, negros e brancos ocupam diferentes posições, estando sub ou sobre-representados em algumas delas. Isso resulta em consequências distintas para cada um dos grupos, uma vez que há variações nos salários médios de cada ocupação. Desse modo, este trabalho se propõe a responder (1) qual o percentual de sub/sobre-representação dos grupos de raça e gênero na estrutura ocupacional no Brasil; (2) o seu impacto na desigualdade salarial entre os grupos; (3) e a persistência da segregação e de seu impacto na desigualdade salarial entre os anos 2000 e 2010. Acredita-se que estas três dimensões – representação nas ocupações, impacto na desigualdade e persistência – contribuam para analisar a rigidez das desigualdades de gênero e raça no Brasil, via segregação ocupacional. Apesar da mensuração da estrutura e da segregação ser amplamente difundida e compreendida dentro da sociologia da estratificação social este trabalho apresenta a replicação de um índice publicado na Demography vol.52(2015). O índice, além de mensurar a sub/sobre-representação dos grupos nas categorias ocupacionais, apresenta quanto os grupos de raça e gênero têm de ganho ou perda salarial devido à segregação ocupacional, em média, medindo também o impacto da desigualdade destes grupos. Aplicando-o para os anos 2000 e 2010, pode-se inferir a persistência dessa organização ocupacional no Brasil.