Oral Curta (5 mim) - Somente GT
1569-1 | Cinema, políticas e neoliberalismo | Autores: | Estevinho, Telmo1 1 UFMT - Universidade Federal do Mato Grosso |
Resumo: A transição democrática no Brasil, ocorrida nos anos 1980, foi um período de transformações não apenas no regime político, mas também nas relações travadas entre política, Estado e cineastas. Estes últimos - moldados por um projeto que remontava os anos 1960 e que elegia como principal interlocutor o Estado e suas burocracias - foram instados a reorientar as suas atividades diante da ascensão das teses neoliberais que acompanharam também a emergência da democracia no Brasil dos anos 1980. Seja na política ou na economia, as teses neoliberais projetavam uma reorientação radical na forma e funções sustentadas pelo Estado; no campo do cinema o impulso pelas mudanças não foi diferente. O primeiro presidente eleito pelo voto direto, Fernando Collor, impôs sua agenda aos cineastas e produtores cinematográficos no Brasil e estes ajustaram suas práticas ao novo modelo. O curso período do governo Collor (1990-1992) foi suficiente para remodelar ideias, práticas e políticas que sustentam o campo cinematográfico no Brasil, prolongando-se através dos governos posteriores. Modelos de descentralização de políticas culturais; desregulamentação e livre mercado; diversidade cultural, entre outros temas, ganharam predominância na agenda de diferentes governos a partir dos anos 1990 e instaram os cineastas a remodelar suas relações com o Estado no Brasil. |