Oral Completa
1617-1 | Ethos, pathos e status: identidade e pertencimento entre as barras portenhas | Autores: | Ailton Laurentino Caris Fagundes2,3 2 UFG - Universidade Federal de Goiás, 3 USP - Universidade de São Paulo |
Resumo: Fora do gramado, em torno dos clubes de futebol, formam-se legiões de seguidores apaixonados que constroem identidades e sociabilidades com regras próprias. Entre eles nascem construções morais, costumes, hábitos, valores e crenças sob as quais o modo de demonstrar a paixão será direcionado e reconhecido pelos demais e, muitas vezes, recompensado com diferentes níveis de status e capital simbólico. No caso argentino, a existência de uma barra (grupos de torcedores de uma determinada equipe) pressupõe um certo imaginário criado sobre mitos de origem e de heroísmo que envolvem time e torcida. Dentro dessa identidade forjada a partir de um suposto pertencimento e de laços de solidariedade, a barra seria uma espécie de exército de guardiões do ethos de cada clube. É na barra que estão aqueles que dedicam parcelas de suas vidas para garantir as honras e glórias; e, por conta disso, devem receber distinção e reconhecimento de acordo escala de valores do grupo (complexo conjunto de rearranjos e ressignificações de determinados valores sociais). O objetivo deste trabalho é discutir as noções de identidade e pertencimento dentro de algumas barras de Buenos Aires a partir da reconstrução dos conceitos de ethos, pathos e status. De um lado tenta-se mostrar como cada barra é constituída a partir de determinadas crenças que lhes dão coesão interna, e de outro lado, como os valores são absorvidos pelos membros e utilizados como símbolo de distinção entre os torcedores dos clubes. |