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18º Congresso Brasileiro de Sociologia
Resumo: 1624-1

Oral Curta (5 mim) - Somente GT


1624-1

MEGAEMPREENDIMENTOS E A CONSTRUÇÃO DE UM IMAGINÁRIO DE “DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL”: os efeitos sobre as formas organizativas políticas de povos e comunidades tradicionais no Oeste do Maranhão.

Autores:
ARAUJO, H.F.A.1, GAIOSO, A. V. 1, NOBREGA, M.L.C.3, NOVAES, J.S.4
1 UEMA - Universidade Estadual do Maranhão, 2 UEMA - Universidade Estadual do Maranhão, 3 UNICAMP - Universidade de Campinas, 4 UFPA - Universidade Federal do Pará

Resumo:
O estudo analisa os efeitos das ações de megaempreendimentos, vinculados aos ramos da produção de celulose e monoculturas de eucalipto no oeste do Maranhão sobre os processos organizativos de trabalhadores (as) rurais e quebradeiras de coco babaçu que residem na microrregião de Imperatriz - MA. As cartografias sociais, realizadas entre 2011 a 2016, demonstram situações que, a luz de discursos oficiais e de cunho mercadológico, adotam estratégias de marketing social, valendo-se de certificações ambientais internacionais como dispositivos de apaziguação da crítica e controle social. Refletimos sobre a interferência da fábrica Suzano Papel Celulose S.A. sobre as identidades coletivas específicas (ALMEIDA, 2004). Verificamos que a suposta responsabilidade ambiental do denominado território corporativo (BECKER, 2007) promove exclusão de grupos de trabalhadores rurais e de quebradeiras de coco babaçu e imobilizam suas formas organizativas. A estratégia empresarial privilegia objetivos financeiros e mercadológicos, resultando em selos de certificação ambientais internacionais, como Ecolabel e Nordic Swan, os quais, avalizam a adoção de práticas ditas “sustentáveis” ao mercado europeu, mas não garantem a sustentabilidade econômica, ambiental e cultural dos grupos afetados. O artigo aborda, ainda, o imaginário de “desenvolvimento” em construção e a resistência a essas intervenções, por vezes dissimuladas como “negociação” (ACSELRAD, 2014).