Oral Completa
1627-1 | EPISTEMOPOLÍTICAS DO DISPOSITIVO CARCERÁRIO PAULISTA: NOTAS SOBRE PESQUISA SOCIOLÓGICA E ATUAÇÃO NA PASTORAL CARCERÁRIA | Autores: | RAFAEL GODOI2, CAMPOS, M.S1, MALLART, F.2, CAMPELO2 1 UFGD - Universidade Federal da Grande Dourados, 2 USP - Universidade de São Paulo, 3 USP - Universidade de São Paulo, 4 USP - Universidade de São Paulo |
Resumo: Este texto tem por objetivo refletir sobre as potencialidades críticas e heurísticas da pesquisa sociológica sobre o dispositivo carcerário paulista, levada a cabo através do engajamento dos pesquisadores em coletivos e atividades da Pastoral Carcerária. A partir do relato de quatro experiências de pesquisa e intervenção, pretende-se mais bem definir e elaborar as dimensões epistemológicas, metodológicas e políticas dos saberes que se desdobram de um particular posicionamento e de uma circulação específica pelas tramas de um dispositivo carcerário estratégico. As dimensões astronômicas do sistema carcerário paulista; sua notável centralidade nos mecanismos de gestão do conflito que garantem a (re)produção da cidade contemporânea; bem como as várias dificuldades impostas pela administração penitenciária local ao escrutínio público do ambiente carcerário em geral, e à prática da pesquisa científica em particular, são as principais justificativas para esta reflexão. No decorrer do texto, pretende-se melhor formular e, em alguma medida, responder as seguintes questões: Como e por quê a Pastoral Carcerária se converte em posto de observação privilegiado para a pesquisa sociológica sobre as prisões em São Paulo?Quais são as implicações e consequências desse particular posicionamento do pesquisador? estatuto do saber que se produz a partir dessa zona de indiscernibilidade entre a pesquisa e a intervenção?Quais horizontes tais práticas abrem para a compreensão, a crítica e a transformação das formas contemporâneas de punição? |