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18º Congresso Brasileiro de Sociologia
Resumo: 1656-1

Oral Curta (5 mim) - Somente GT


1656-1

Violência LGBT e corpo abjeto: uma herança conservadora no Brasil

Autores:
Peixoto, V.B.1
1 UNB - Universidade de Brasília

Resumo:
Os casos de violência contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) permanecem em números elevadíssimos no Brasil. Ainda que na última década tenha ocorrido um crescimento de algumas poucas políticas envolvendo os direitos de pessoas LGBT, o fato é que os crimes de ódio e a abjeção desses corpos não diminuíram. Para compreender como esse tipo de violência opera na sociedade brasileira, é necessário recorrer às análises de como foi constituída a moralidade em torno da orientação sexual e da sexualidade. A LGBTfobia não é um fenômeno atual, tampouco a repressão da orientação sexual destituída dos padrões da heterossexualidade são fatos que despertaram o interesse da sociedade recentemente, estas são heranças de um sistema patriarcal. Desde o Brasil colônia, instituições como o Estado, a Igreja e da ciência médica se empenharam em produzir um corpo moral e socialmente higiênico. O inverso disso era um ser criminoso, pecador e doente. Portanto, é fundamental articular a abjeção do corpo LGBT com a construção histórica do moralismo na sociedade brasileira, dando ênfase ao modo de como tais corpos foram e são historicamente violados por um paradigma moralista e conservador que permanece latente no cotidiano. Os crimes de hoje possuem uma herança dessa formação e enquanto não houver um empenho por parte do Estado em combater e eliminar essa cultura sexista, não haverá possibilidade de uma vivência plena em termos civis e sociais da população LGBT.