Oral Curta (5 mim) - Somente GT
1664-2 | Teoria da dependência e construção da democracia no Brasil pós-ditatura: o aporte de Fernando Henrique Cardoso | Autores: | SPINELLI, José Antonio1, SILVA, L.L.O.2
1 UFRN - Universidade Federal do R, G. do Norte BR 101 S/N Natal, 2 UFCG - Universidade Federal de Campina Grande |
Resumo: O trabalho apresentado investiga a contribuição do sociólogo Fernando Henrique Cardoso ao Jornal Opinião (Rio de Janeiro, 1972-1977), o mais importante periódico [semanário] da imprensa alternativa que fez oposição à ditadura militar-empresarial-burocrática (1964-1985), destacando precisamente a sua noção de capitalismo dependente-associado e a forma como concebia a democracia que a oposição ao regime imposto em 1964 buscava alcançar. Essas duas noções são um elemento teórico-politico significativo do aporte cardosiano e influenciariam correntes de pensamento, particularmente aquela que se aglutinou em torno da chamada Sociologia uspiana e de instituições como o CEBRAP, além de outras. Ademais, tais correntes, mesmo sem constituir a rigor uma “escola de pensamento”, exerceram influência difusa mas relevante nas pautas e temáticas analíticas das pesquisas sociais no Brasil desde os anos 1970 e em direcionamentos políticos adotados por partidos políticos (a exemplo do PSDB) nos anos finais da transição e na era pós-ditadura. Dessa forma, confrontamos a noção cardosiana de dependência com a de autores que, de perspectivas diferentes, trabalharam essa noção (Ruy Mauro Marini, Theotonio dos Santos, Celso Furtado) e avaliamos como a noção cardosiana conformou uma certa visão amistosa do capitalismo que se consolidou no país desde a Era Kubitschek e como tal noção se articula com a abordagem cardosiana da democracia, perpassada, em seu caso, por um forte viés liberal. |