Oral Completa
1693-1 | Quão ricos são os ricos? A subestimação da desigualdade em pesquisas domiciliares internacionais | Autores: | Souza, P.H.G.F. 1, Barbosa, R.J.2,3
1 IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 2 USP - Universidade de São Paulo, 3 CEM - Centro de Estudos da Metrópole |
Resumo: As pesquisas domiciliares amostrais foram por muito tempo a matéria-prima dos estudos de desigualdade de renda. Contudo, seu primado tem sido questionado nos anos recentes por diversas razões. Em especial, destacamos a sistemática e generalizada subestimação dos rendimentos no topo – o que provoca viés e alteração das tendências de qualquer indicador de desigualdade, dada a grande influência dos estratos mais altos sobre as características da distribuição. Trabalhos recentes, no Brasil e noutros países, tentaram quantificar o grau de subestimação das pesquisas domiciliares contrastando-as a informações tributárias e às contas nacionais. Esse exercício, porém, ainda não foi realizado de forma comparativa, exaustiva e sistemática. Nosso propósito neste trabalho é avaliar a performance daqueles surveys na estimação da concentração da renda nos quantis mais elevados. Em particular, interessa-nos saber como os dados brasileiros (PNADs) se saem quando comparados aos de outras partes do mundo. Lançamos mão dos dados padronizados e harmonizados de diversas fontes: Luxemburg Income Study (LIS); Word Top Income Database (WID); Penn World Tables (PWT). Avaliamos cerca de 20 países ao longo de quase uma década e construímos séries mais longas para um subgrupo com mais informações disponíveis. Resultados preliminares parecem indicar que não há uma tendência clara e identificável entre e dentro dos países. |