Oral Curta (5 mim) - Somente GT
1722-2 | O lugar da justiça cognitiva na pesquisa sobre dispositivos de inclusão social: repertório normativo de beneficiários do Programa Bolsa Família | Autores: | LEAL, S.A.G1, LEAL, S.A.G1 1 UNB - Universidade de Brasília |
Resumo: Este trabalho parte das contribuições da teoria crítica e do pragmatismo como recursos analíticos para lidarmos com as noções de repertório normativo e justiça cognitiva enquanto ferramentas epistemológicas promissoras para estudarmos dispositivos de inclusão social dirigidas a populações de baixa renda no Brasil. Partimos dos limites da abordagem distributiva como orientação fundamental de enfrentamento da pobreza e contemplamos as avaliações positivas e negativas que cidadãos inseridos em um quadro específico de problemas sociais – justiça cognitiva - explicitam sobre propósitos de justiça social objetivados em programas de inclusão social. Interrogamo-nos sobre o que cidadãos designam como justo e injusto em suas críticas sobre a forma como dispositivos de inclusão social se configuram segundo representações de suas necessidades existenciais. Neste sentido, apoiamo-nos em dados de pesquisa sobre insuficiências de acessos a bens e serviços como privação de capacitações de disfrutar de “liberdades substantivas” que permitem “funcionamentos específicos” considerados relevantes para participar da vida comunal sem constrangimentos ou prejuízos (conexão à Internet). A partir de entrevistas estruturadas com benefíciários do Programa Bolsa Família, no Distrito Federal, discutimos como a relação entre justiças social e cognitiva desestabiliza esse dispositivo de combate à pobreza, resignificando sua concepção e finalidades segundo as competências críticas de seus beneficiários. |