Oral Completa
1727-1 | Industrialização, Políticas de Bem Estar e Fluidez Social no Brasil: de 1973 a 2014. | Autores: | Jorge Neves1, Luciana Lima2 1 UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais, 2 UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte |
Resumo: Diferentes autores já demonstraram que o processo de transmissão intergeracional do status socioeconômico (ou a mobilidade social intergeracional) no Brasil foi afetado pelo processo de industrialização tardia ocorrido entre o final da década de 1960 e o final da década de 1970. Mais especificamente, as análises empíricas demonstraram uma maior fluidez social no momento de acelerada industrialização, mas que essa tendência se interrompeu após o esgotamento do processo de Industrialização por Substituição de Importações (ISI) que se observou após a chamada "Segunda Crise do Petróleo". Esses artigos, todavia, não se basearam na análise de dados mais recentes. Até alguns anos atrás, o último banco de dados disponível para análise intergeracional no Brasil era a PNAD de 1996. Atualmente, contudo, contamos com o PDSD-2008 e com a PNAD-2014 como novos bancos de dados que permitem análises intergeracionais. O objetivo fundamental de nosso artigo é testar a hipótese de que, após um período de estagnação nas décadas de 1980 e 1990, a fluidez social voltou a se intensificar no Brasil, em função não apenas do retorno do processo de crescimento econômico, mas também em função da formação de um Estado de Bem Estar Social, a partir da década de 2000. Para testar esta hipótese, serão utilizados os bancos de dados das PNADs de 1973, 1982, 1988, 1996 e 2014, bem como o banco de dados da PDSD-2008, para estimar diferentes modelos estatísticos multivariados. |