Oral Completa
1733-1 | Imagens e Letras na Mundialização: metamorfoses da construção cultural da violência | Autores: | J.V. Tavares-dos-Santos1, CESAR BARREIRA1, MICHEL MISSE1, ENIO PASSIANI1, ALEX N.TEIXEIRA1 1 UFRGS - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL |
Resumo: Na modernidade, a construção cultural da violência se fez a partir de uma pluralidade de modos de significação, como o cinema e a literatura. Desde o final do século XIX, a sociologia e a literatura policial com, por exemplo, Arthur Conan Doyle e Edgar Allan Poe, tentam explicar o enigma do real tendo a cidade como espaço privilegiado das violências, do crime e sua solução. Havia uma confiança na racionalidade moderna. Entretanto, num segundo momento, já nas primeiras décadas do século XX, dá-se uma primeira fissura na razão, seja na alegoria kafkiana sobre o poder totalitário, seja durante a Grande Depressão nos Estados Unidos. No gênero policial, a obra literária e os roteiros cinematográficos de Hammett e Chandler expressavam tal abalo. No Brasil, esse tipo de produção difunde-se com certa regularidade desde os anos 1930 e impulsionadas com mais vigor a partir de 1950, estimuladas por traduções de romances policiais pela Editora Globo e outras.
Na Era da Mundialização, novas figurações socioestéticas evidenciam a insolubilidade do enigma, expressando uma crise aguda da razão moderna e a suspeita dum modo normativo fundado na violência.
A proposta desta mesa é tentar oferecer pistas que auxiliem a desvendar as incertezas de alguns dos dilemas da sociedade contemporânea, principalmente aqueles que se referem à crueldade, à violência e ao crime como seus elementos estruturadores, a partir da discussão sociológica do cinema e da literatura policiais, tanto em sua produção clássica quanto contemporânea.
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