Oral Curta (5 mim) - Somente GT
1761-1 | As cidades como objeto das políticas de cultura: o caso da Recife do século XXI | Autores: | SÁ BARRETO, F.1, MEDEIROS, I.1 1 UFPE - Universidade Federal de Pernambuco |
Resumo: É difícil pensar um replanejamento das grandes cidades dos países do Ocidente do globo depois da Segunda Guerra Mundial sem que isso seja efetivamente atravessado por um debate sobre uma necessária relação entre Estado (gestão) e Cultura. Esse imperativo seria montado para atender a duas demandas estruturais: a) administrar as insatisfações ligadas à injusta distribuição de capital nos ditos países desenvolvidos, refletidas, por sua vez, em zoneamentos culturais nas crescentes metrópoles; e b) reforçar políticas de compensação pela cultura, fortemente vigentes até os nossos dias. Como resultado direto do primeiro eixo, seria possível falar em um sofisticado dispositivo disciplinar que se utiliza da memória cultural como recurso para a ordem pública. O produto imediato do segundo eixo estaria configurado nas políticas de financiamento cultural, responsáveis por alinhar os interesses dos gestores com o produto cultural das organizações-produtores-objetos das políticas culturais. Os programas para gestão dos conflitos decorrentes das políticas de reconhecimento, por sua vez, não deixaram de configurar-se enquanto programas de gestão cultural. A cultura como recurso não diz respeito somente à produção de divisas a partir da mercadoria cultural, o que, está claro, não é pouco. Versa sobre a cultura como dispositivo de gestão. É o que pretendemos observar no projeto de cidade em Recife no início dos anos 2000 e os movimentos de resistênca que se produziram sobre o mesmo. |