Oral Completa
1793-1 | Cidade, política e imaginação social | Autores: | Barboza Filho, Rubem 1, Araújo, Cícero2, Carvalho, Maria Alice Rezende de3 1 UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora, 2 USP - Universidade de São Paulo, 3 PUC-RJ - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro |
Resumo: A cidade sociológica, nascida no ambiente ético-político do século 19 e com um saber à sua imagem e semelhança, não contemplou várias dimensões teóricas e experienciais das cidades precedentes. Historicamente nossa imaginação com relação às cidades e às formas de vida urbana tem sido bastante pobre, com as exceções de praxe. Esta mesa-redonda tem por objetivo reconstruir analiticamente a trajetória das cidades ocidentais e os desafios que se observam no mundo urbano contemporâneo. Não se trata de construir um sumário cronológico das “formas” assumidas pela cidade no Ocidente, da politeia à megalópole, mas de desentranhar das diversas experiências associativas de homens livres um rendimento heurístico que possa contribuir para o entendimento do nosso mundo e ampliar nossa imaginação acerca de outros mundos possíveis. Para tanto, destacaremos quatro conceitos norteadores: o conceito clássico de politeia, que designa uma associação de homens livres; o de plebeização das cidades, que reúne noções diferentes como as de multidão, classes numerosas ou, mais recentemente, a de “democratização social”, referidas à perda de qualidade da vida em comum; o de urbanização, quando a cidade ocidental moderna passa a apresentar um receituário expansivo, visando sua generalização planetária; o de megalópole, em que não se reconhecem mais os laços associativos e comunitários que compõem a experiência dos cidadãos, mas apenas técnicas de gestão, capazes de reproduzir um engenho técnico. |