Oral Curta (5 mim) - Somente GT
1803-1 | Tomar e Controlar - Pragmatismo, Poder e Teoria Social | Autores: | MELLO, F.C.1 1 IESP-UERJ - Instituto de Estudos Sociais e Políticos |
Resumo: A virada teórica provocada pelo pragmatismo francês a partir dos anos 1980 - especialmente em sua linhagem boltanskiana - esquivou-se de uma discussão de fôlego sobre as relações de poder e dominação na dinâmica social, ignorando contribuições do pragmatismo clássico que lograram encetar reflexões sobre o conflito e as disputas políticas, como as de Dewey e Hook. Recentemente, Francis Chateauraynaud tem buscado retomar essa tradição, aliando sua versão da sociologia pragmatista das provas - já marcada pela fenomenologia materialista - à teoria da governamentalidade de Foucault. O presente trabalho visa engajar-se com a reflexão em andamento aberta por Chateuraynauld, contribuindo assim a uma análise pragmatista do poder de alcance situacional e histórico. Propõe, entretanto, novos desafios a ela. Em primeiro lugar, sistematizar a relação entre os conceitos de preensão e de posse, algo deixado em aberto pelo francês. Em seguida, desdobrar dessa relação uma teoria da preensão enquanto hermenêutica social voltada não só à interpretação do mundo, mas também do próprio sujeito. Para isso, o recurso à ideia de síntese de horizontes em Merleau-Ponty e à teoria do self de Mead será central. Finalmente, será defendido que tal abordagem não pode se limitar à análise interindividual, tampouco a abordagens que tratam as coletividades como categoria residual. Uma sociologia pragmatista das subjetividades coletivas precisa daí emergir para que o problema do poder seja devidamente tratado. |