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18º Congresso Brasileiro de Sociologia
Resumo: 1812-1

Oral Curta (5 mim) - Somente GT


1812-1

A MORTE COMO FENÔMENO COLETIVO: as estratégias das associações funerárias no Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses

Autores:
Maristhela Rodrigues da Silva1, Benedito Souza Filho1
1 UFMA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

Resumo:
O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses é uma Unidade de Conservação de proteção integral criada em 1981 com a justificativa de proteção da natureza, não permitindo a presença humana dentro dos seus limites. Apesar dessa restrição, muito antes de ser criada já existiam grupos familiares que viviam e desenvolviam suas atividades, constituindo modos de vida próprios e organização econômica, cultural e social peculiares. Entre as várias peculiaridades dos grupos familiares do Parque, uma pode ser destacada: o modo como se organizam para resolver as questões relacionadas a morte, localmente denominado de acontecimento. A alternativa encontrada para fazer frente às despesas relacionadas aos acontecimentos foi a criação de associações funerárias. Nos casos de morte, cada associado contribui com uma quantia que varia de 3,00 a 5,00, cujo montante visa cobrir com um conjunto de despesas indispensáveis aos rituais funerários, incluindo gastos com caixão e itens como vela, comida, cachaça, café entre outros. As situações de morte revelam tanto mecanismos de entre ajuda, quanto aqueles de ordem cultural (particularidades rituais) e política, já que esse mecanismo rompe com o assistencialismo que costumam marcar esses contextos. O trabalho procura dar conta dessas múltiplas facetas do problema, incluindo as formas de representação da morte, o significado do morrer e as respostas culturais e políticas derivadas da constituição das associações funerárias existentes no Parque.