Oral Curta (5 mim) - Somente GT
1856-1 | Crítica e negatividade: Roberto Schwarz e os impasses do pensamento social brasileiro | Autores: | Fabio Querido1 1 IFCH-UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas |
Resumo: Sociólogo de formação e crítico literário por opção, Roberto Schwarz é um intelectual singular. Interpretando o país pelo ângulo revelador proporcionado pela literatura, Schwarz foi figura pioneira na crítica à aposta na modernização como a via para a resolução da questão nacional. Através da análise de Machado de Assis, assim como de outras expressões decisivas da cultura brasileira, Schwarz apreendeu a especificidade nacional em chave “negativa”, antes como "problema" a ser decifrado do que como horizonte “positivo”. À luz desta premissa, o objetivo deste trabalho é analisar a forma como tal reflexão crítica sobre os impasses do processo de formação nacional se apresenta nos ensaios mais recentes de Schwarz, redigidos a partir da virada para os anos 1990, os quais retomam o legado negativo-machadiano, por assim dizer, mas agora num contexto marcado pelo que ele entenderia – na linha de Robert Kurz – como “colapso” das estratégias terceiro-mundistas de modernização. Buscar-se-á analisar em particular o modo como, nesses ensaios – que inspiraram alguns dos membros do Cenedic-USP, notadamente Francisco de Oliveira, -, Schwarz reinterpreta os dilemas do pensamento e das ciências sociais brasileiras do passado, censurando-as, mesmo nas vertentes tidas por ele como as mais avançadas (tal qual aquela oriunda do Seminário d’O Capital, p.ex.), pelo apego a uma visão “estreita” da questão nacional, na qual os países do centro do sistema seriam tomados como parâmetro a ser alcançado. |