Oral Curta (5 mim) - Somente GT
1885-1 | Do regime de direitos à crença no "ethos" empreendedor da favela: a centralidade do empreendedorismo popular nos programas de governo dos candidatos do campos da esquerda no Rio de Janeiro e São Paulo. | Autores: | Bruna Ramachiotti1
1 USP - Universidade de São Paulo |
Resumo: A proposta do presente trabalho é problematizar a noção do pobre como sujeito empreendedor a partir dos programas de governo das candidaturas do denominado campo da esquerda nas eleições municipais de 2016 nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo. Desde os primeiros anos do século XXI, há uma vertente do urbanismo empresarial que coloca em primeiro plano o potencial dos pobres como sujeitos empreendedores e a reformulação simbólica da pobreza como capital social e econômico, o que faz com que nos últimos anos tenha havido uma tentativa de extensão do empreendedorismo ao domínio da informalidade urbana, com foco especialmente na mercantilização dos pobres urbanos informais. Na amostra que se pretende analisar, os programas dos candidatos que se auto apresentavam no campo político da esquerda, por sua vez, em maior ou menor grau, enfatizaram como projeto para as respectivas cidades o incentivo e expansão de micro e pequenos empreendedores nas áreas periféricas das cidades, especialmente pela expansão do microcrédito.Até que ponto propostas como as acima referidas vindas do campo da esquerda se assemelham com a de políticos e economistas liberais que veem no empreendedorismo popular uma nova fronteira para expansão da acumulação de capital? Seriam tais propostas formuladas a partir de um entendimento ontológico dos espaços da pobreza entendidos a partir da existência de um “habitus” de favela, que possuiriam uma agência política distinta dos demais espaços da cidade? |