Oral Completa
1978-2 | A cidade como corpo: analise de dois poemas em Roberto Piva | Autores: | MARTINELLI, T.1 1 UNESP - Universidade Estadual Paulista |
Resumo: Segundo Park (1916, p. 27), a cidade é considerada o habitat do homem civilizado. Dessa forma, ela será palco do desenvolvimento da cultura como um todo, desde a questão política e religiosa até o desenvolvimento das artes. Ou seja: é impossível falar em cidade sem falar em organização cultural. E por qual motivo as artes, por exemplo, se interessariam por olhar o ambiente/sujeito urbano? Porque, a partir das observações e análises propostas pelos artistas, alguns carácteres da natureza e do comportamento humano podem se fazer revelados por meio das obras de arte. Assim, de acordo com Orlandi (2004), dentro do espaço urbano, no que se refere às mais variadas dimensões como a econômica, cultural, histórica, etc, o corpo dos sujeitos e o corpo da cidade formam uma construção única, estando o corpo de ambos atados e o destino de um não se separa do destino do outro. Sob esse aspecto, nas relações poéticas, a discussão sobre a cidade, o sujeito lírico e a modernidade são intrinsecamente ligadas, já que o início do que pode ser considerado moderno está relacionado com o crescimento das grandes cidades. E, sem dúvida, essa relação entre sujeito-cidade mudou as relações sociais e, consequentemente, o fazer e o pensar a arte. Temos aí, então, a presença do fazer artístico para iluminar essas mudanças. A partir disso, o objetivo do trabalho é apresentar como se constrói a cidade de São Paulo na perspectiva do poeta e sociólogo Roberto Piva, especificamente na sua obra Paranoia (1963). |