Oral Curta (5 mim) - Somente GT
1987-1 | Violência obstétrica e racismo: uma análise das narrativas de mulheres negras | Autores: | Indira Corban1 1 UFPE - Universidade Federal de Pernambuco |
Resumo:
A violência obstétrica caracteriza-se pela invasão do corpo e dos processos reprodutivo por profissionais de saúde e de outras áreas, expressando-se no desrespeito à autonomia e a à decisão das mulheres sobre seus corpos. Nos últimos anos o movimento feminista- junto ao movimento pela humanização do parto- tem olhado para esta violência apontando-a como parte das múltiplas violências produzidas contra as mulheres e naturalizadas por uma matriz cultural patriarcal. Avanços aconteceram como fruto da aliança entre essas frentes e a visibilização e criminalização dessas práticas são exemplos importantes. No entanto, em consonância com o feminismo interseccional, considero que as opressões e violências vivenciadas acontecem desigualmente entre mulheres de diferentes identidades; intercruzando categorias de gênero, idade, classe, raça etnia, etc. para se constituir. Assim, embora não se possa negar as conquistas, a invisibilização da violência obstétrica vivida por mulheres negras ainda é um grande hiato no interior desta problemática. O objetivo deste trabalho é ouvir mulheres negras acerca das experiências de violência obstétrica vivenciadas por elas, a fim de entender os contornos de raça existentes neste tipo de situação e ressaltar o racismo que a perpassa fortemente. Para tanto,metodologicamente, junto à análise dos dados quantitativos colhidos na Pesquisa Nascer no Brasil (2014), foram realizadas entrevistas em profundidade com as mulheres colaboradoras da pesquisa.
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